Por Jerônimo Feitosa
Diferentemente da orientação sexual, que é definida pelo desejo (e que envolve questões sentimentais, como o amor e a paixão) de uma pessoa por outra – um indivíduo pode ser heterossexual, homossexual, bissexual ou até mesmo assexual; este último não tem atração por qualquer indivíduo –, a identidade de gênero refere-se a como uma pessoa se identifica em relação ao seu corpo.
De todos os aspectos da sexualidade humana, levando em conta que ainda vivemos em uma sociedade heteronormativa e pautada muitas vezes sob a ótica da religião, a identidade de gênero talvez seja a questão de mais difícil compreensão e a que causa maior angústia, uma vez que os travestis e transexuais são o grupo que sofre maior exclusão e violência.
Enquanto o Congresso Nacional se desvia da responsabilidade de criminalizar a homofobia e a transfobia, difundir a informação é o caminho para o esclarecimento. Embora exista um grande tabu sobre o tema, a ciência já evidenciou que a transgeneridade se dá na formação do embrião. Em resumo, esse fenômeno acontece quando o desenvolvimento do cérebro se difere da genitália do bebê. Por volta da décima semana de gestão, a genitália está formada. Mas somente na 20a semana se define a área do cérebro que dá a identidade de gênero. Nisso acontecem os casos de o cérebro ser feminino, mas a genitália é masculina, ou vice-versa. Por esse motivo é comum pessoas trans dizerem que “nasceram no corpo errado” ou “não se identificam com seu corpo”.
Autopercepção do gênero se dá ainda na infância, e é o momento em que os transexuais começam a vivenciar experiências que podem levar a uma prisão da qual muitos podem não se libertar. A criança trans tenderá a querer vivenciar atitudes e atividades comuns ao sexo oposto ao seu, como um menino vestir as roupas da mãe ou a menina as do pai com uma frequência muito grande, e ela não se sente à vontade nos parâmetros normalmente definidos para seu gênero. A maneira de encarar o assunto por parte dos pais é o principal desafio a ser superado, pois é o que pode definir a vida da criança trans. Está aí a linha tênue para o sofrimento, ou não, do pequeno trans. A base dessa compreensão está na família, algo muito difícil, pois é comum um querer atribuir ao outro a “culpa” pela questão.
Um grande passo foi dado para a exposição do tema quando, em 2015, quando a transgeneridade deixou de ser considerada um distúrbio pela Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, ainda que o preconceito seja forte e a legislação, falha, o Sistema Único de Saúde (SUS) é bastante avançado no atendimento a pessoas que estão em processo de adaptar seu corpo à identidade que possuem sobre si mesmas. Em São Paulo, o Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas foi o primeiro centro público de atendimento para crianças transgênero no Brasil.
O processo transexualizador é longo e doloroso, por isso deve ser acompanhado de vários profissionais da saúde, como médicos, psicólogos e psiquiatras. Hoje, o Conselho Federal de Medicina permite que os primeiros bloqueios hormonais sejam realizados a partir dos 12 anos. Por volta dos 16 anos, o adolescente trans pode começar a tomar os hormônios.
Esvaziar-se de ideias preconcebidas e buscar informações é o primeiro passo para a diminuição do preconceito, exclusão e violência. O Brasil, hoje, amarga a estatística de que mais mata transexuais e travestis no mundo.
Fonte: SP Norte
Enquanto o Congresso Nacional se desvia da responsabilidade de criminalizar a homofobia e a transfobia, difundir a informação é o caminho para o esclarecimento. Embora exista um grande tabu sobre o tema, a ciência já evidenciou que a transgeneridade se dá na formação do embrião. Em resumo, esse fenômeno acontece quando o desenvolvimento do cérebro se difere da genitália do bebê. Por volta da décima semana de gestão, a genitália está formada. Mas somente na 20a semana se define a área do cérebro que dá a identidade de gênero. Nisso acontecem os casos de o cérebro ser feminino, mas a genitália é masculina, ou vice-versa. Por esse motivo é comum pessoas trans dizerem que “nasceram no corpo errado” ou “não se identificam com seu corpo”.
Um grande passo foi dado para a exposição do tema quando, em 2015, quando a transgeneridade deixou de ser considerada um distúrbio pela Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, ainda que o preconceito seja forte e a legislação, falha, o Sistema Único de Saúde (SUS) é bastante avançado no atendimento a pessoas que estão em processo de adaptar seu corpo à identidade que possuem sobre si mesmas. Em São Paulo, o Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas foi o primeiro centro público de atendimento para crianças transgênero no Brasil.
O processo transexualizador é longo e doloroso, por isso deve ser acompanhado de vários profissionais da saúde, como médicos, psicólogos e psiquiatras. Hoje, o Conselho Federal de Medicina permite que os primeiros bloqueios hormonais sejam realizados a partir dos 12 anos. Por volta dos 16 anos, o adolescente trans pode começar a tomar os hormônios.
Esvaziar-se de ideias preconcebidas e buscar informações é o primeiro passo para a diminuição do preconceito, exclusão e violência. O Brasil, hoje, amarga a estatística de que mais mata transexuais e travestis no mundo.
Fonte: SP Norte
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